sexta-feira, 13 de abril de 2012

4 Coisas: Coisa Ruim (parte 1)

Dias difíceis sempre existem na vida de qualquer pessoa, e eu tive um bem ruim como au pair. 
 
Na metade do dia eu estava com uma dúvida: "O que eu estou fazendo aqui nessa cidade no meio do nada, trabalhando e sendo paga como escrava, "passando fome" (a comida aqui é apimentada demais e eu como e nunca fico satisfeita e como não dirijo aqui, não posso comprar o que eu quero comer), dormindo mal quase todas as noites (sempre sonho que estou atrasada para trabalhar, ou que alguém me acorda porque eu estou dormindo demais?" 

E quando chegou a minha hora de trabalhar, me deparei com o problema: a honeyzinha que eu cuido estava com dor e eu não sabia o que fazer. Primeiro eu pensei que ela não gostava  mais de mim, porque ela não estava mais fazendo o que eu pedia para ela fazer, não andava mais comigo, tentava fugir de todos os lugares que eu a colocava, e eu não sabia o que fazer, liguei para a fofa (a mãe) e ela me disse para colocá-la no overheard (é uma coisa tipo balanço que ela pode ficar segura e mais ou menos em pé). Foi uma guerra colocá-la lá, porque ela não parava de tentar fugir. Depois de finalmente conseguir, ela só girava naquela coisa esquisita. De repente, ela vomitou, vomitou pelo nariz, pela boca. Foi horrível. Eu não sabia fazer. Mandava mensagem para fofa a cada 10 minutos e ela estava em Minneapolis. A honeyzinha ficou comigo, só nós duas, sem eu saber o que fazer, por 3 horas. E a fofa, mesmo sabendo de tudo, continuou em Minneapolis vendo o jogo da filha preferida. 

Eu achei isso o cúmulo do absurdo. E, depois, ela chega em casa e me diz: "Eu não podia sair de lá, porque eu tinha que esperar o jogo da honeyzona acabar. Não tinha muita gente, eu tinha que ficar com ela." - Sim, porque é mais importante fazer companhia para sua filha de 13 anos do que tentar acabar com uma super dor que sua filha de 9 anos está sentindo - "E depois ela perdeu e só fazia chorar." - Sim, porque esses jogos acontecem todos os anos e ela ainda tem 13 anos, e a dor de perder um jogo é maior que uma dor física de uma menininha de 9 anos que não pode nem explicar seu problema.
 
Fiquei muito brava sim! Mas não falei o que eu queria. Ela é a mãe e ela sabe o que faz da vida dela e de suas filhas. Eu sou só mais uma au pair.