quinta-feira, 6 de setembro de 2012

Bolo de Caneca

Essa é a primeira edição de "Cozinhando Comigo nos EUA" Com uma primeira receita de chocolate, só porque eu gosto demais  Bolo de Caneca é fácil, rápido, não super delicioso, mas quebra-o-galho em horas de aperto.

Ingredientes:
  • 1 ovo
  • 4 colheres de sopa de leite
  • 3 colheres de sopa de óleo
  • 2 colheres de sopa de achocolatado
  • 4 colheres de sopa rasas de farinha de trigo
  • 1 colher de chá rasa de fermento em pó
Em caneca grande, mais de 300 ml, coloque o ovo e bate bem com o garfo. Acrescente o leite e bata até a mistura ficar homogênea. Repita o processo com todos os outros ingredientes, exceto o fermento, na sequência mostrada a cima. Quando misturar o fermento, mexa delicadamente. Leve ao microondas em potência alta por 3 minutos.

Dica: Coloque a caneca sobre um prato ao levar ao microondas. Caso o bolo cresce demais, não irá sujar o microondas.

Cobertura de Chocolate

Ingredientes: 
  • 100ml de leite
  • 1 colher de sopa de achocolatado
  • 1 colher de sopa rasa de açúcar
  • 1 colher de chá de margarina
Misture todos bem todos os ingredientes em uma caneca. Leve ao microondas por 15 segundos, misture e verifique se está bom. Leve por alguns segundos mais até ficar na textura desejada. Despeja a cobertura sobre o bolo e aproveite 



quarta-feira, 27 de junho de 2012

Amizades Brasileiras

Antes de vir para os Estados Unidos, eu pensava que fazer amigas brasileiras seria a coisa mais natural e fácil do mundo. Eu estava enganada, como sempre. Eu não lembrei que no Brasil eu não sou amiga de todo mundo porque eles são brasileiros. E as pessoas não mudam só porque vieram para esse país. Existem pessoas falsas, invejosas, mentirosas em qualquer lugar do mundo.

Eu não sei porque cargas d'água eu pensei que faria muitas amizades brasileiras aqui, se no Brasil, que está cheio de brasileiros, eu tenho amigos que posso contar nos dedos. Brasileiros são brasileiros. Sempre parecem muito simpáticos, sorridentes, bacanas, mas você nunca sabe o que eles realmente pensam. Não que em outros países não tenham pessoas que sejam assim, mas muitas mulheres brasileiras adoram falar mal das "amigas" quando estão com outras "amigas" e sempre competem entre si.

Graças a Deus eu tive a sorte de conhecer duas boas amigas, uma do Paraguai e outro do Brasil. Se eu tivesse no país delas, seria bem provável que não seríamos amigas, pela idade, fase de vida e convívio social. Mas agora eu estou aqui, com duas amigas que poderiam ser minha mãe (se elas fossem biscatinhas quando adolescentes), e que eu não trocaria por quatro brasileiras que eu conheci aqui.


quarta-feira, 20 de junho de 2012

Facilidades do Lado de Cá

Eu estava me lembrando dos primeiros dias que estava morando aqui. Como tudo me impressionava. 

Um dia, a mãe estava lavando louça e a pia parecia estar entupida, ela ligou o triturador, que é um interruptor normal como os de luz, e a pia "desentupiu". A máquina de lavar louça está presente na maioria das casas. Se você precisa fazer alguma coisa, aqui você faz mais rápido e facilmente. Limpar casa aqui é uma maravilha pra quem limpa, mas não me deixa com aquela sensação de limpeza. As casas são cheias de carpetes e chão de madeira que não pode molhar. O banheiro não pode ser esfregado. Lavar o chão da casa com água não existe. Você passa o produto, passa o paninho e fim. Ou passa o aspirador e fim.

Aqui pessoas facilitando o máximo possível. Tudo é prático e rápido. Cozinhar aqui demora 10 minutos, o tempo que o microondas leva para aquecer as comidas quase-prontas. Alfaces vêm cortados e lavados, repolhos estão cortados em tiras embalados com cenouras cortados no mesmo estilo, você só precisa abrir a embalagem, colocar um óleo na panela, aquecer e pronto. Aveia pode ser comprada embalada em um pacotinho para "um" com sabores diferentes ou original, e a única coisa necessária para deixar a aveia comestível é colocar um pouco de leite ou água, colocar no microondas por 2 minutos e pronto.

Mas, eu vou confessar uma coisa, essas facilidades me cansam. A comida não é gostosa, a casa não parece estar bem limpa, a louça nunca está brilhante e super seca, a roupa nunca está super limpa, com cheirinho de amaciante e sem estática devido a secadora. Não que eu goste de lavar louça, limpar casa, colocar roupa para "quarar" ou ficar 2 horas na cozinha, mas eu gosto do resultado que esses atos produzem.



terça-feira, 19 de junho de 2012

What a Coincidence

Esse final de semana fui passear nas Twins Cities e riscar um item da minha lista de "coisas para fazer durante a vida", participar de um flash mob, e conheci a ex au pair da minha host family. Esse mundo é menor que imagino.

Depois que ela pediu rematch e mudou de família, a vida dela mudou mil vezes para melhor. A fofa super a explorava. Comparando agora, ela é um amor. A pobre menina tinha os dias off na quarta, não podia dirigir, tinha curfew, trabalhava sábado e domingo 10 horas e não podia nem descansar. Ela mudou para uma família americana, super querida, mente aberta, com duas crianças educadas e não-mimadas. Agora ela está aqui com visto de estudante, morando numa casa linda na cidade grande, com um andar só pra ela, banheiro no andar dela, carro super lindo, cachorro da família e tendo uma vida boa. 

Eu pensei: "Se eu tentasse entrar em rematch, eu iria arrumar uma família super pior e não teria criatividade suficiente pra cuidar de crianças (talvez sim, quem sabe?)" Mas ela é rica no Brasil, então pessoas ricas atraem pessoas ricas. É como um karma

Eu fiquei feliz por ela ter conseguido realizar seu sonho e fiquei feliz em conhecê-la. Fico feliz por saber que existem famílias que tratam au pairs como um membro da família, não como empregadinhas.



segunda-feira, 11 de junho de 2012

Hora de Recordar

Estava me lembrando dos meus primeiros dias aqui nessa casa. Cheguei numa quinta-feira a noite. De Chicago para Rochester eu entrei em um avião super pequeno, de 3 assentos por fileira, e quando sobrevoei essa cidade pensei: "Nossa, é pequena!" 

E é pequena mesmo, na verdade Rochester é espalhada, sempre demora pra chegar nos lugares porque eles constroem lojas meio longe uma das outras, na verdade, super longe uma das outras. 

Mas enfim, cheguei ao aeroporto (o menor aeroporto dos EUA, provavelmente, mas bem maior que o de Campo Grande) e tive que esperar a fofa por 30 minutos. Eu estava nervosa, sem saber se ligava para ela, se esperava do lado de fora, sem saber para onde ir. Ela chegou pedindo desculpas por estar atrasada e falando que aquela dia foi unusually busy (mal sabia eu que todos os dias seriam unusual). Ela falou o caminho todo do aeroporto para a casa e se eu entendi 30%, estaria sendo otimista.

Cheguei em casa e a primeira bagunça com que me deparei foi a garagem. Entrei e vi as escadas que levavam ao downstairs onde meu quarto estaria. Comi minha primeira comida apimentada (nunca vou me acostumar). E a fofa me apresentou meu quarto. Eu pensei que o banheiro ficaria no meu quarto, mas ele estava ali, perto da sala downstairs, onde qualquer um poderia usar. Minha primeira decepção. O único presente que recebi foram flores no meu quarto. Minha segunda decepção (sim, eu esperava por presentes e uma recepção mais calorosa). Então decidi guardar os chocolates que trouxe do Brasil para quando eu estivesse com fome, e não me arrependo. E ainda peguei de volta o creme hidratante para as mãos da Natura que dei de presente para a fofa e ainda estava na caixa, sem sinal de alguém ter aberto, depois de 7 meses. E vou pegar de volta meu Pre Departure Project que me dediquei tanto para fazer e tenho certeza que será jogado no lixo depois que eu for embora, como aconteceu com o projeto da última au pair.

Quando vi a babe pela primeira vez, pensei que seria super difícil cuidar dela. Tinha até ficado mais aliviada por saber que a mãe ficaria em casa. Pobre, mal sabia eu que era ao contrário.


sexta-feira, 8 de junho de 2012

Desabafo do Dia

Como nós, au pairs, somos exploradas pelas host families. Essa semana, a fofa vai ter uma feira de negócios e eu estava ajudando-a com suas coisas para essa feira, trabalhando horas extras porque eu preciso de dinheiro extra (o salário de au pair não rende).

Agora vamos aos fatos: ela sabia que eu precisava de dinheiro extra, meus dias off são sempre na sexta e metade de sábado, e as férias da baby começariam na sexta-feira.

O que a fofa poderia ter feito?
Ela poderia ter me pagado extra para trabalhar na sexta-feira e cuidar da baby para ela.

O que a fofa fez?
Ela me deu o dia off na terça-feira e metade de quarta, eu trabalhei hora extra ajudando ela com as coisas para feira no meu dia off e agora vou trabalhar 11 dias sem parar. Sexta, sábado e domingo vou trabalhar 10 horas (detalhe: eu tinha um compromisso na sexta-feira e tinha dito isso a ela Ela me disse que eu poderia ir a esse compromisso e quando voltasse eu trabalharia até a baby ir dormir, só que eu adiantei o compromisso e contei para ela, de idiota que sou; e a fofa, de fofa que é, falou que eu iria trabalhar 10 horas na sexta então).

E eles ainda falam que são "família" e gostariam que nos sentissemos em casa. Eu sou só uma misera empregada que mora na casa da patroa, infelizmente.


terça-feira, 5 de junho de 2012

4 Coisas: Coisa Difícil (parte 4)

Nossa, difícil é por onde começar Tem várias coisas dificeís sim, acordar cedo quase todo o santo dia (e não santo também), trabalhar 10 horas no domingo, ter que aturar a falta de maneiras de uma pré adolescente, dirigir um carro com freio que funciona super mal, ter que "engolir" mudança de schedule repentina e se eu continuar a lista vai ser infindável e nem eu vou ler. 

Mas, além de todas as coisas, eu acho que a parte mais difícil é aguentar uma mãe mais confusa que camaleão em frente ao arco-íris, que pensa que é super perfeita por isso pode falar do defeito de todo mundo (e não assume que tem defeitos), e, o pior, é uma "stay home mom". No começo eu pensei que isso seria bom, porque ela me ajudaria com os cuidados maiores que a babe precisa, mas ela só me dá ordens, muitas vezes sem sentido, e fica grande parte do tempo perguntando coisas, como se eu não soubesse o que eu tenho que fazer. Sério, às vezes me dá vontade de olhar pra ela e falar: "Quem... perguntou?" Ah-ha Sem contar os momentos de briga com a filha mais velha. É uma falta de educação mútua entre a família. Eu não aguentaria ficar aqui mais de um ano. Eu só estou aqui ainda para comprar meu computador e provar que eu sou capaz de ficar um ano morando aqui, nesse não paraíso, e porque se eu for embora antes de acabar o ano, a chance deles conseguirem uma au pair ruim é maior e eu não quero deixar a babe com qualquer uma. Tá que não é a pior coisa do mundo, mas não é bom nem fácil.
 

sexta-feira, 1 de junho de 2012

4 Coisas: Coisa Fácil (parte 3)

Sem sombra de duvidas, a coisa mais fácil é cuidar da minha babe. Ela não faz manha, não é mal educada, e normalmente faz as coisas que eu peço. Não conta para mãe quando eu faço alguma coisa errada. Ela é um bebê grande, que não chora e está aprendendo a andar. Claro que tem uns momentos difíceis, porque ela maior e mais pesada que um bebê e necessita de toda a atenção, as vezes até mais, que um bebê necessita. Mas, mesmo assim, é a parte mais fácil do meu trabalho como au pair. Só para terem uma idéia de como é difícil a vida de au pair  

quinta-feira, 31 de maio de 2012

4 Coisas: Coisa Boa (parte 2)

Depois de anos tentando passar na prova prática de direção, eu finalmente consegui. E foi assim que minha vida começou a melhorar. Nada melhor do que ser independente de novo. Eu não tinha carro no Brasil, mas eu tinha a opção de usar o transporte público, coisa que não é muito possível aqui, porque eu moro fora da cidade e transporte público nenhum vem até aqui. Finalmente conquistei minha independência e cumpri uma de minhas metas estabelecidas para o momento que eu viver aqui: aprender a dirigir.

Outra coisa boa são as viagens e saídas para comer e ir ao cinema grátis.

Essa é uma parte boa, mas não é tão relacionada a ser au pair. Então vou direto ao ponto. É tão bom se sentir amada pelas crianças que você cuida. Eu me lembro de uma vez, em um dos primeiros meses, quando vi o fofo cuidando da babe (a filha menor). Eles estavam em pé e ela descansou a cabeça no tronco dele. Eu pensei: "Será que algum dia ela irá fazer isso comigo?". Pode ser um dia super estressante, eu posso estar com um péssimo humor, mas quando ela me abraça, do jeito que ela sabe, ou demonstra afeto, eu paro de ter pensamentos ruins e meu humor muda completamente.

Outra coisa que me deixa feliz é quando eu vou acordá-la e ela, mesmo meio confusa, ouve minha voz e sorri.

Ela está me ensinando a ser mais paciente e agradecida por tudo que eu tenho, mesmo que não seja o que eu quero, eu sei que é o que eu preciso!


sexta-feira, 13 de abril de 2012

4 Coisas: Coisa Ruim (parte 1)

Dias difíceis sempre existem na vida de qualquer pessoa, e eu tive um bem ruim como au pair. 
 
Na metade do dia eu estava com uma dúvida: "O que eu estou fazendo aqui nessa cidade no meio do nada, trabalhando e sendo paga como escrava, "passando fome" (a comida aqui é apimentada demais e eu como e nunca fico satisfeita e como não dirijo aqui, não posso comprar o que eu quero comer), dormindo mal quase todas as noites (sempre sonho que estou atrasada para trabalhar, ou que alguém me acorda porque eu estou dormindo demais?" 

E quando chegou a minha hora de trabalhar, me deparei com o problema: a honeyzinha que eu cuido estava com dor e eu não sabia o que fazer. Primeiro eu pensei que ela não gostava  mais de mim, porque ela não estava mais fazendo o que eu pedia para ela fazer, não andava mais comigo, tentava fugir de todos os lugares que eu a colocava, e eu não sabia o que fazer, liguei para a fofa (a mãe) e ela me disse para colocá-la no overheard (é uma coisa tipo balanço que ela pode ficar segura e mais ou menos em pé). Foi uma guerra colocá-la lá, porque ela não parava de tentar fugir. Depois de finalmente conseguir, ela só girava naquela coisa esquisita. De repente, ela vomitou, vomitou pelo nariz, pela boca. Foi horrível. Eu não sabia fazer. Mandava mensagem para fofa a cada 10 minutos e ela estava em Minneapolis. A honeyzinha ficou comigo, só nós duas, sem eu saber o que fazer, por 3 horas. E a fofa, mesmo sabendo de tudo, continuou em Minneapolis vendo o jogo da filha preferida. 

Eu achei isso o cúmulo do absurdo. E, depois, ela chega em casa e me diz: "Eu não podia sair de lá, porque eu tinha que esperar o jogo da honeyzona acabar. Não tinha muita gente, eu tinha que ficar com ela." - Sim, porque é mais importante fazer companhia para sua filha de 13 anos do que tentar acabar com uma super dor que sua filha de 9 anos está sentindo - "E depois ela perdeu e só fazia chorar." - Sim, porque esses jogos acontecem todos os anos e ela ainda tem 13 anos, e a dor de perder um jogo é maior que uma dor física de uma menininha de 9 anos que não pode nem explicar seu problema.
 
Fiquei muito brava sim! Mas não falei o que eu queria. Ela é a mãe e ela sabe o que faz da vida dela e de suas filhas. Eu sou só mais uma au pair.